Julgamento de Bolsonaro acirra EUA-Brasil e muda 2026, diz Eurasia

O julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e aliados, no STF (Supremo Tribunal Federal), pela tentativa de golpe de Estado, traz consigo duas principais repercussões políticas capazes de acirrar as relações bilaterais entre os Estados Unidos e o Brasil, e de influenciar o cenário eleitoral de 2026. A análise é de Christopher Garman, diretor-executivo para as Américas do grupo Eurasia.  

“A possível condenação de Bolsonaro certamente vai acirrar os ânimos e o governo do presidente Donald Trump já está esperando uma condenação contra o ex-presidente, e preparando uma lista de medidas adicionais para poder sancionar o Brasil”, afirma. 

Segundo Garman, uma das medidas esperadas é a extensão da Lei Magnitsky. “É de se esperar que o governo americano possa estender a aplicabilidade da lei para outros integrantes do Supremo que votarem pela condenação do ex-presidente”, explica Garman.  

“Além disso, uma interpretação expansiva dos critérios de cumprimento dessa lei pode levar o Tesouro Americano a punir e ameaçar punir instituições financeiras que transitam e detêm contas em reais de quem está nesta lista, que hoje é o ministro Alexandre de Moraes. Essa ação vai acirrar e expandir a crise bilateral ainda mais”, acrescentou o diretor da Eurasia.  

Cenário político de 2026 e anistia 

Outra repercussão apontada por Garman é o impacto no “tabuleiro eleitoral de 2026”. Ele destaca que o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), busca o endosso do ex-presidente Bolsonaro. 

“Ele [Tarcísio] sabe que precisa mostrar a lealdade e o ímpeto político para ajudar a aprovação da anistia no Congresso. As lideranças de direita no Congresso também sabem disso. Não é por acaso que está havendo um apoio maior para a aprovação de alguma versão dessa anistia”, ressaltou.  

Com isso, Garman aponta que o governador de São Paulo se posiciona e aumenta a sua chance de ser selecionado como candidato ao Palácio do Planalto em 2026. No entanto, ele observa que a decisão final de Bolsonaro não é simples.  

“Bolsonaro está entre a cruz e a espada para escolher alguém da família que é mais leal ao nome dele e que mantém o nome dele vivo como líder nesta oposição, ou um governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, que talvez tenha mais chances de ganhar e está demonstrando sinais de lealdade”, conclui.  

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