O governo do Paraná quer elevar a exportação de grãos e farelos pelos portos de Antonina e Paranaguá, e deve concluir até fevereiro de 2026 as obras do Moegão. O complexo logístico vai centralizar o recebimento de trens carregados de granéis sólidos e distribuir as cargas para 11 terminais interligados ao sistema, aumentando a eficiência e a capacidade de exportação.
O governo estadual, por meio da Portos do Paraná, está investindo R$ 650 milhões na obra, com recursos próprios e financiamento do BNDES.
Quando estiver em operação, o Moegão terá capacidade para receber 24 milhões de toneladas de grãos e farelos por ano, atendendo aos terminais do Corredor de Exportação Leste (Corex). Atualmente, cerca de 550 vagões são descarregados diariamente; após a conclusão, o número saltará para 900 vagões, com movimentação de até 68 mil toneladas de produtos por dia.
Até o momento, 87% da parte civil, 85,24% da mecânica e 57,81% da elétrica já foram concluídas.
Segundo Luiz Fernando Garcia, diretor-presidente da Portos do Paraná, “o Moegão vai revolucionar a logística ferroviária do Paraná e beneficiar toda a cadeia produtiva”.
Expansão do Porto de Paranaguá
O Moegão integra um amplo plano de modernização do Porto de Paranaguá, segundo maior exportador de commodities agrícolas do país, atrás apenas de Santos (SP). Em abril deste ano, a Portos do Paraná concluiu a regularização de todas as áreas arrendáveis, por meio de nove leilões, que resultaram em R$ 5,7 bilhões em investimentos e mais R$ 1,1 bilhão em outorgas.
Também está prevista a conclusão do píer em “T”, com quatro novos berços de atracação, no valor de R$ 2,2 bilhões em investimentos das arrendatárias e R$ 1 bilhão do governo do Estado.
Além disso, a ampliação do canal de acesso, com concessão realizada em outubro, permitirá a chegada de navios maiores, aumentando a capacidade de carga de 78 mil para 125 mil toneladas por embarcação.
Movimentação
Os portos de Paranaguá e Antonina movimentaram 70 milhões de toneladas de produtos entre janeiro e os primeiros 15 dias de dezembro de 2025, o que representa um recorde histórico para a empresa pública e supera a produtividade de 2024 quinze dias antes do término do ano. Até o momento, o volume é 5% maior do que o registrado no ano anterior.
Entre os portos brasileiros, Paranaguá é o maior exportador de carnes (frango, bovino e suíno), sendo responsável por cerca de 40% de toda a exportação nacional. É também o principal canal de embarque de óleo de soja e possui o segundo maior fluxo de carregamento de soja e farelo do país.
A Portos do Paraná também se destaca no recebimento de fertilizantes. Em 2025, mais de 11 milhões de toneladas foram recepcionadas em Paranaguá e Antonina.

