Governistas e oposicionistas atribuem ao governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), forte influência nas articulações que levaram à retirada da Medida Provisória — que garantiria R$ 17 bilhões ao Planalto — da pauta da Câmara dos Deputados.
Logo após os deputados federais aprovarem a retirada da medida da pauta, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), foi apontado por lideranças governistas e oposicionistas como um dos principais responsáveis pela derrota imposta ao governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
O líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias (RJ), afirmou no plenário que o governador telefonou a parlamentares e líderes partidários para articular apoio contra a medida provisória — atuação que o petista classificou como um “papel nefasto”.
Em seguida, o líder do PL na Câmara, deputado Sóstenes Cavalcante (RJ), foi à tribuna e elogiou o governador Tarcísio de Freitas pelo “empenho” em dialogar com presidentes de partidos de centro “contra o aumento de impostos”.
Já o líder do governo no Congresso, senador Randolfe Rodrigues (PT-AP), classificou como “sabotagem ao país” a decisão da maioria dos parlamentares de retirar a medida provisória da pauta. Em tom crítico ao governador Tarcísio de Freitas, Randolfe afirmou que a derrota do Planalto não é “desesperadora”, mas resultado de uma “ação orquestrada” que antecipa o cenário das eleições de 2026 e teria contado com a participação direta do governador paulista.
“Eles resolveram entrar na lógica de que, para tentar derrotar o governo do presidente Lula, não há problema em prejudicar o Brasil e os brasileiros. Não me surpreende, vindo de uma turma que faz manifestação com bandeira vermelha e listinhas”, declarou o senador.
Relator da MP, o deputado Carlos Zarattini (PT) também acusou o governador de “se meter em votação no Congresso”.
Ele atribuiu a Tarcísio e aos presidentes do PP, senador Ciro Nogueira (PI), e do União, Antônio Rueda, as articulações que teriam tentado atrapalhar a aprovação do projeto, considerado uma das prioridades do Palácio do Planalto.
Tarcísio
Apontado tanto por governistas quanto por oposicionistas como articulador da derrota do governo, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), negou publicamente as acusações. Ele afirmou estar focado em questões do estado, como a crise do metanol e o desabamento de um prédio na capital, que deixou uma pessoa morta e outras cinco feridas.
A aprovação da MP era considerada essencial pela equipe econômica e renderia cerca de R$ 17 bilhões aos cofres do governo federal em 2026, ano eleitoral. A proposta altera regras de tributação sobre investimentos, fintechs e compensações tributárias.
A votação contou com 251 favoráveis votos e 193 contrários a retirada de pauta da proposta. O que inviabilizou a apreciação. A matéria perde a validade nesta quarta-feira (8).