O ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), determinou nesta quarta-feira (8) que duas pistolas apreendidas nos imóveis de Wladimir Matos Soares, réu do núcleo 3 da trama golpista, fossem devolvidas à PF (Polícia Federal).
Wladimir é policial federal e teve pistolas, metralhadoras e acessórios de armamento apreendidas durante as investigações sobre o plano de golpe de Estado.
Depois que processo contra o núcleo 3 do golpe entrou em sua fase de alegações finais, a PF pediu ao Supremo a reintegração dos armamentos e munições ao patrimônio da instituição, argumentando que os bens “integram o acervo patrimonial da Polícia Federal e são essenciais ao desempenho de suas atividades institucionais”.
O ofício foi enviado para a PGR (Procuradoria-Geral da República), que se manifestou a favor da devolução de duas pistolas já que elas não mais interessam ao processo e não havia dúvidas sobre a propriedade da PF ou uma possível origem ilícita.
A PGR, porém, barrou a devolução da metralhadora e de outros itens, alegando não haver elementos suficientes que justifiquem a entrega dos objetos à PF.
O ministro Alexandre de Moraes acolheu integralmente a manifestação da procuradoria e determinou, para além da devolução das duas pistolas, que a PF seja oficiada a demonstrar a propriedade das outras armas e especificar o interesse nos acessórios apreendidos.
O núcleo 3 da trama golpista é formado por 10 integrantes, a maioria por militares de forças especiais, os chamados “kids pretos”.
Eles são apontados como responsáveis pelo planejamento operacional do golpe, incluindo o plano “Punhal Verde e Amarelo”, que previa ataques contra autoridades.
O ministro Flávio Dino, novo presidente da Primeira Turma do STF, marcou o início do julgamento do núcleo para 11 de novembro.