O “Garimpo do Cururu”, controlado pela facção criminosa Comando Vermelho, foi alvo de uma operação do Ibama entre os dias 28 e 30 de setembro. O local fica localizado na Terra Indígena Sararé, em Mato Grosso, e foi invadido pelos criminosos.
A ação mobilizou um efetivo de 80 policiais e agentes, cinco helicópteros do Ibama e um do CIOPAer (Coordenadoria Integrada de Operações Aéreas). No primeiro dia as equipes foram recebidas a tiros pelos criminosos dispersos na área. Os confrontos entre agentes e criminosos ocorreram intensamente durante todo o dia.
Durante os confrontos, dois suspeitos, uma mulher e um homem, foram feridos e removidos do local de helicóptero até uma unidade médica no município de Pontes e Lacerda (MT). Os dois suspeitos estão fora de risco. Nenhum policial ou agente foi ferido.
As autoridades só conseguiram controlar a área no dia 29 de setembro, segundo dia da operação, com o apoio do BOPE/PMMT e do CIOPAer, o que ocasionou a fuga da maioria dos garimpeiros e integrantes de facções.
A organização criminosa exerce o controle de diversas áreas dentro do território indígena com grupos fortemente armados, munidos de grande quantidade de armamentos de uso restrito.
Durante os três dias de operação foram apreendidos:
- 42 motores estacionários
- 3 escavadeiras hidráulicas
- 1 quadriciclo
- 2 caminhonetes
- 13 motobombas
- 18 motores geradores
- 3 motosserras
- 8 motocicletas
- 14 depósitos subterrâneos (bunkers) com equipamentos e insumos diversos
- 101 acampamentos
- 7 armas de fogo
- Grande quantidade de explosivos (emulsões, nitropenta e espoletas).
Além das apreensões, 4 minas subterrâneas abertas para exploração de ouro de filão foram demolidas por uma equipe da Polícia Federal especializada em explosivos.
A ação foi operacionalizada pelo Grupo Especial de Fiscalização (GEF/Ibama) em conjunto com a Polícia Federal (PF), a Polícia Judiciária Civil de Mato Grosso (PJC/MT), o Grupo Especial de Segurança de Fronteira (GEFRON/MT), o Batalhão de Operações Especiais (BOPE/PMMT) e o Centro Integrado de Operações Aéreas (CIOPAer). A equipe contou ainda com o apoio de policiais do Grupo Tático 3 (GT3) da Coordenadoria de Operações e Recursos Especiais da Polícia Civil do Estado de Goiás (CORE/GT3/PCGO).
A equipe seguirá com a ação no local. Há informações que membros da facção criminosa que controla o local ainda estariam escondidos no interior da terra indígena e estariam fortemente armados.
Abrigos subterrâneos
Os agentes localizaram uma rede de abrigos subterrâneos construídos pelos criminosos para guarda e proteger os equipamentos ilegais. No total, foram localizados 14 bunkers, com estoques de alimento e grande quantidade de equipamentos e insumos diversos para as atividades ilegais.
Em um dos abrigos identificados, foram encontradas 6 armas de fogo, incluindo um fuzil 5.56 mm e duas espingardas calibre 12. Segundo o Ibama, esses abrigos são feitos sob os acampamentos e próximos aos locais de funcionamento das atividades ilegais para facilitar a rápida desmobilização de equipamentos e armamentos.