Exportações de máquinas agrícolas aos EUA podem ganhar alívio parcial

Produtos derivados de aço e alumínio, incluindo máquinas agrícolas, terão redução nas tarifas aplicadas pelos Estados Unidos. O anúncio foi feito pelo vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, nesta quarta-feira (20). A medida representa um alívio de US$ 2,6 bilhões nas exportações brasileiras do setor.

Alckmin participou de uma reunião com o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), para defender propostas de apoio a exportadores afetados pelo tarifaço. O governo pediu, também, a urgência na tramitação de uma medida provisória que cria o Plano Brasil Soberano.

O pedido inclui ainda um projeto de lei complementar com incentivos tributários, incluindo linha de crédito de R$ 30 bilhões e ajustes em fundos garantidores.

Vendas de máquinas agrícolas em xeque

O comércio de máquinas agrícolas entre Brasil e Estados Unidos é significativo, sendo o país o principal destino das exportações brasileiras do setor. Segundo dados da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), os norte-americanos recebem 26,6% do total exportado.

Na avaliação da entidade, as alíquotas de 50% sobre as importações feitas pelos norte-americanos podem levar a uma retração de R$ 24 bilhões por ano à indústria de máquinas e equipamentos. Como resultado, esse cenário, de acordo com a Abimaq, reduziria o crescimento em 2025 para 5%, provocando uma queda de 15,1% nas exportações.

Para efeitos de comparação, em junho, as exportações de máquinas agrícolas somaram US$ 1,05 bilhão, alta de 14,5% em relação a junho de 2024. No acumulado do primeiro semestre, entretanto, houve retração de 4,3%. O impacto veio principalmente do recuo nos preços internacionais e pela baixa demanda do país governado por Donald Trump.

Negociações com os EUA travadas

Apesar disso, o assessor especial para assuntos internacionais do presidente, Celso Amorim, afirmou que os Estados Unidos não demonstram disposição para negociar as divergências comerciais com o Brasil. 

Ontem, durante audiência na Comissão de Relações Exteriores da Câmara, Amorim destacou que a postura estadunidense coloca em xeque o sistema multilateral de comércio e criticou a mistura de questões políticas internas com tarifas comerciais.

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