O goleiro Fernando Muslera foi o grande nome do Estudiantes na conquista do Campeonato Argentino.
Com atuações decisivas, o uruguaio comandou a vitória da equipe por 5 a 4 na disputa de pênaltis sobre o Racing, na final realizada neste sábado (13), no Estadio Madre de Ciudades, em Santiago del Estero.
O triunfo garantiu ao Estudiantes o primeiro título desde o Apertura de 2010 e classificou o clube para a disputa do Champions Trophy no próximo fim de semana, quando enfrentará o Platense, campeão do Apertura desta temporada.
“Este time é incrível”, afirmou Muslera após a decisão. “Não tenho palavras para descrever a emoção e a alegria que sinto agora por ter contribuído para chegar até aqui, quando em determinado momento não estávamos nem perto disso”.
Clima quente
O segundo tempo foi marcado por tensão. O atacante Adrián Martínez, do Racing, cometeu uma falta dura em Santiago Núñez, gerando fortes reclamações dos jogadores do Estudiantes e pedidos de cartão vermelho. O árbitro, no entanto, aplicou apenas o amarelo, decisão recebida com vaias por parte do público.
Aos 57 minutos, o Racing viveu momentos de apreensão quando o goleiro Facundo Cambeses se chocou com Guido Carrillo em uma cobrança de escanteio. O arqueiro precisou de atendimento médico em duas ocasiões antes de ser liberado para continuar.
Aos 35 minutos do segundo tempo, um erro de comunicação na defesa do Estudiantes permitiu que Martínez aproveitasse a oportunidade e finalizasse com força, superando Muslera e levando os torcedores do Racing à euforia.
Nos acréscimos, o Estudiantes reagiu. Após jogada de bola parada, Carrillo cabeceou com precisão para empatar a partida e levar a decisão para a prorrogação.
“É uma emoção inexplicável. Essa é a recompensa por apoiar um clube que sempre se levanta, mesmo quando parece derrotado”, disse Carrillo, que havia desfalcado o Estudiantes em partidas importantes devido a uma suspensão de quatro jogos por uma entrada considerada perigosa.
“Aquela punição foi injustificada. As últimas semanas foram muito difíceis, mas o grupo conquistou as vitórias, o que mostra o caráter e a capacidade de crescer nos momentos mais desafiadores”.
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Prorrogação e pênaltis
Na prorrogação, o Racing teve uma grande chance de definir o confronto. Com poucos segundos restantes, Adrián Fernández recebeu em boa posição, mas finalizou para fora, em ângulo fechado, desperdiçando a oportunidade que mais tarde faria falta.
A disputa de pênaltis foi equilibrada, com ambos os goleiros realizando defesas importantes, levando a série para as cobranças alternadas. O reserva Facundo Rodríguez converteu para o Estudiantes, colocando a bola no fundo das redes e abrindo vantagem de 5 a 4.
Na sequência, Franco Pardo tentou manter o Racing vivo, mas Muslera defendeu ao desviar a cobrança para a trave, assegurando o título do Torneio Clausura para o Estudiantes.
Caminho até a final
A campanha do Estudiantes até a decisão foi cercada de dificuldades fora de campo. No mês passado, o presidente do clube, Juan Sebastián Verón, e membros da equipe titular foram suspensos pela Associação do Futebol Argentino (AFA) após se recusarem a fazer um corredor de honra para o Rosario Central.
O Rosario foi declarado campeão da liga após uma mudança de regulamento, ao somar 66 pontos na combinação das campanhas do Apertura e do Clausura, encerrando a temporada regular com a melhor pontuação geral.
Em protesto, os jogadores do Estudiantes viraram de costas para os atletas do Rosario quando eles entraram em campo na partida das oitavas de final do Clausura, contestando a concessão do título, que não estava prevista nas regras originais da competição com base na soma de pontos.
(Reportagem de Angélica Medina na Cidade do México; Reportagem adicional de Aadi Nair; Edição de Christopher Cushing)
