As eleições legislativas na Argentina, marcadas para domingo (26), ocorrem em um momento de crescente preocupação com a corrupção no país. O pleito, que renovará metade da Câmara dos Deputados e um terço do Senado, acontece em meio a uma mudança significativa nas prioridades do eleitorado.
Nos últimos meses, a percepção sobre o governo sofreu uma deterioração expressiva. Pesquisas recentes indicam que cerca de 70% da população acredita que todas ou muitas pessoas do governo estão envolvidas em casos de corrupção, ultrapassando a inflação como principal preocupação dos argentinos.
Escândalos e Denúncias
Uma série de eventos contribuiu para essa mudança de percepção, incluindo denúncias de corrupção na compra de medicamentos pela agência que atende pessoas com deficiência, com suposto envolvimento de figuras próximas ao governo. Além disso, o principal candidato governista para a província de Buenos Aires enfrentou questionamentos sobre ligações com um empresário preso por tráfico de drogas.
Apesar da redução da inflação mensal de 25% em dezembro de 2023 para menos de 2% atualmente, a população argentina continua enfrentando sérias dificuldades econômicas. Aproximadamente 50% dos cidadãos relatam estar endividados e não conseguir chegar ao fim do mês com seus rendimentos.
O resultado das eleições será crucial para a governabilidade, embora já se saiba que não haverá maioria suficiente para aprovar leis sem negociação no Congresso. O cenário atual mostra a Liberdade Avança com 41,1% das intenções de voto, seguida pela Força Pátria com 37,2%, além de outras forças políticas que dividem o restante do eleitorado.
