‘É inaceitável manter a escala 6×1’, diz Boulos

O ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Guilherme Boulos, afirmou nesta sexta-feira (12) que “é inaceitável manter a escala 6×1”, ao defender que o governo busque a forma mais rápida para garantir ao menos dois dias de descanso semanal aos trabalhadores. A declaração ocorreu em meio à movimentação da Câmara dos Deputados para abrir o caminho a fim de discutir, na próxima semana, o fim da atual jornada.

A movimentação foi possível após o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), pautar uma sessão nesta sexta, permitindo o cumprimento do intervalo regimental necessário para iniciar o debate. A expectativa é que o presidente da Comissão de Trabalho, deputado Leo Prates (PDT-BA), leve o parecer à discussão na quarta-feira (18).

Governo quer tramitação rápida e fixa três pontos inegociáveis

Segundo Boulos, o governo avalia se a mudança pode ser feita por projeto de lei, alternativa mais ágil do que uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC). Ele afirma que já há consenso interno sobre três diretrizes que precisam estar no texto final:

  • Fim da escala 6×1, com adoção do modelo 5×2;
  • Redução da carga semanal para até 40 horas;
  • Implementação sem redução salarial.

“O presidente Lula é sensível à urgência dos trabalhadores. Vamos apostar no caminho mais rápido e que garanta esses três pontos fundamentais”, afirmou. O governo aguarda uma análise jurídica para confirmar se todas essas alterações podem ser incluídas em um PL. Se houver viabilidade, essa via será priorizada.

Boulos ainda destacou o papel da deputada Érika Hilton e do movimento Vida Além do Trabalho (VAT), liderado pelo vereador do Rio de Janeiro Rick Azevedo (PSOL), que ganharam destaque em 2024 e ampliaram o alcance da pauta. “A luta pela redução da jornada é histórica. O VAT levou essa discussão ao grande público”, disse.

Outros temas abordados por Boulos no encontro com jornalistas

Durante o café da manhã, o ministro também tratou de assuntos legislativos e da agenda do governo:

  • Críticas a Hugo Motta: classificou como “erro grave” a decisão do presidente da Câmara de pautar o PL da Dosimetria na madrugada; disse haver “dois pesos e duas medidas” no tratamento dado à oposição e ao deputado Glauber Braga.
  • Permanência no governo: reafirmou que pretende cumprir todo o mandato de Lula como ministro e mencionou que sua esposa será candidata a deputada federal.
  • Correios: se posicionou contra a privatização da estatal.
  • Orçamento popular: afirmou que o Congresso “usurpa” o orçamento e que o governo lançará oficialmente o modelo de orçamento popular em janeiro.
  • Entregadores e motoristas de app: grupo de trabalho começa na terça (16), com 60 dias de atividades e participação do relator Augusto Coutinho (Republicanos-PE).
  • Agenda nas ruas: o programa Governo do Brasil na Rua começa neste sábado no Sol Nascente (DF) e visitará 30 cidades até junho de 2026, levando serviços federais como a Carreta Reforma Casa Brasil, Carreta Lilás e ações do MEC.

Com articulação política em andamento e apoio do Planalto, o governo aposta em uma tramitação acelerada para mudar a jornada de trabalho — e, segundo Boulos, garantir “descanso mínimo digno e condições mais justas” aos trabalhadores.

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