Dólar sobe a R$ 5,41 com dados econômicos dos EUA; Ibovespa fecha em baixa pelo segundo dia

O dólar encerrou a sessão desta quinta-feira (14), em leve alta, alinhado à valorização global da moeda americana depois que dados fortes da inflação ao produtor dos Estados Unidos esfriaram as apostas em uma queda de juros mais intensa no país até o fim do ano. Falas do presidente americano, Donald Trump, com críticas ao Brasil e menção positiva ao ex-presidente Jair Bolsonaro causaram desconforto, mas não chegaram a abalar o real, que registrou perdas menores que as de pares latino-americanos, como os pesos mexicano e colombiano. A valorização de mais de 2% dos preços do petróleo limitou a depreciação da moeda brasileira, que chegou a operar em terreno positivo no fim da manhã.

Com máxima de R$ 5,4310, o dólar à vista fechou em alta de 0,28%, a R$ 5,4171. Foi o segundo pregão consecutivo de avanço da divisa, que ainda acumula recuo de 0,35% na semana. As perdas chegam a 3,28% no mês e a 12,35% no ano. Operadores ressaltam que o ambiente externo adverso abriu espaço para ajustes e realização de lucros no mercado local, já que a taxa de câmbio rompeu, na terça-feira (12), o piso de R$ 5,40 e fechou no menor nível desde 14 de junho de 2024 (R$ 5,3821).

Em coletiva de imprensa na Casa Branca, Trump disse que o Brasil tem sido horrível nas relações comerciais e que aplica tarifas “tremendas” a produtos americanos. Ele voltou a defender Jair Bolsonaro, que classificou como um “homem honesto”, e afirmou que o Brasil lida de “péssima maneira com a política” quando prende um ex-presidente.

Termômetro do comportamento do dólar frente a uma cesta de seis divisas fortes, o Dollar Index (DXY) voltou a superar a linha dos 98,000 pontos, com máxima de 98,322. O DXY cai cerca de 1,85% no mês e mais de 9% no ano. Depois de leitura comportada da inflação ao consumidor nos EUA em julho, houve surpresa com o Índice de Preços ao Produtor (PPI) no mês passado. O PPI subiu 0,9% em julho e 3,3% na comparação anual, bem acima das expectativas (0,2% e 2,4%, respectivamente).

Bolsa

O Ibovespa aderiu à estabilidade ao longo da tarde, em margem de variação relativamente estreita na etapa vespertina após ter oscilado, mais cedo, cerca de 1,8 mil pontos entre a mínima (135.587,94) e a máxima (137.436,74) da sessão, em que saiu de abertura aos 136.681,16 pontos. Contudo, no meio da tarde, novas declarações do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre o Brasil contribuíram para firmar o sinal negativo do Ibovespa no fechamento, em baixa de 0,24%, aos 136 355,78, após queda de 0,89% no dia anterior. O giro financeiro ficou em R$ 22,6 bilhões nesta quinta-feira. Na semana, o Ibovespa sobe 0,33% e, no mês, ganha 2,47%, colocando a alta do ano a 13,36%.

Na B3, o dia mais uma vez foi predominantemente negativo para as ações de primeira linha, com poucos nomes conseguindo se descolar do ajuste, como Banco do Brasil (+2,96%), que divulgará o balanço do segundo trimestre após a sessão desta quinta-feira. Na ponta ganhadora do índice, Hapvida (+8,29%), Ultrapar (+4,01%) e MRV (+3,61%). No lado oposto, Raízen (-12,50%), depois de resultados trimestrais, seguida por Usiminas (-7,19%) e Cosan (-6,57%). Entre as blue chips, Vale recuou 1,24% e as perdas em Petrobras ficaram em 0,94% (ON) e 1,28% (PN).

Embora seja uma iniciativa bem-vinda para os setores produtivos e exportadores mais afetados pela tarifa de 50% aplicada pelos EUA, o plano de contingência anunciado ontem pelo governo federal ficou de fora da meta fiscal: uma reação do mercado muito mais baseada na “forma” como o plano foi concebido do que no volume de recursos disponibilizados.

O anúncio da reação do governo ao tarifaço americano chega em momento de retração do investidor estrangeiro, cujo fluxo até a virada do primeiro para o segundo semestre foi essencial a que o Ibovespa buscasse nova máxima histórica em 4 de julho, aos 141 mil pontos. No mês de agosto, até o dia 12, houve retirada de R$ 771,178 milhões de recursos da B3 por investidores estrangeiros. No acumulado do ano, o fluxo de capital externo continua positivo em R$ 19,306 bilhões.

 

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