Caracu: a genética taurina que se adaptou ao calor do Brasil. entenda

Caracu: a genética taurina que se adaptou ao calor do Brasil. entenda
Caracu: a genética taurina que se adaptou ao calor do Brasil. entenda

Pecuaristas, a escolha de um touro para a pecuária extensiva em climas quentes exige uma análise aprofundada da sua genética. O Caracu, um taurino adaptado, se destaca pela sua inigualável rusticidade e resistência ao calor. Natan Eduardo, de Mirante, no estado do Maranhão, perguntou quais características genéticas e fisiológicas do gado caracu contribuem para sua adaptação em comparação com outras raças taurinas. Assista ao vídeo abaixo.

Nesta terça-feira (16), o zootecnista Alexandre Zadra, especialista em genética e cruzamento industrial de bovinos, respondeu à pergunta no quadro “Giro do Boi Responde”. Ele explicou que a adaptação do caracu é resultado de um longo processo de seleção natural e de suas características fisiológicas, que o tornam ideal para o nosso clima.

Seleção natural: o segredo da adaptação do Caracu

Reprodutor Caracu em área de pastagem. Foto: Acervo/Renato Francisco Visconti Filho
Reprodutor Caracu em área de pastagem. Foto: Acervo/Renato Francisco Visconti Filho

As raças ibéricas, das quais o caracu é descendente, foram trazidas ao Brasil há 500 anos. Os animais que sobreviveram a esse longo processo de evolução, por seleção natural, foram os mais adaptados ao clima tropical. O especialista explica que a adaptação do caracu é resultado de um conjunto de características fisiológicas que facilitam a vida do animal no calor:

  • Couro mais grosso: O que ajuda a proteger o animal contra carrapatos, uma praga que causa prejuízos bilionários à pecuária.
  • Pelos mais curtos: Que facilitam a troca de calor com o ambiente, mantendo a temperatura corporal em níveis ideais.
  • Vascularização: A maior vascularização da pele contribui para a termorregulação, permitindo que o animal dissipe o calor do corpo de forma mais eficiente.

Essas características tornam o sistema termorregulatório do caracu mais eficiente em relação aos taurinos do frio. É por isso que ele se adapta bem ao calor e pode cobrir vacas a pasto em regiões como o Centro-Norte do país, sem os problemas de estresse térmico de outras raças europeias.

O Caracu e o cruzamento industrial no trópico

A rusticidade e a resistência ao calor do caracu o tornam uma excelente opção para o cruzamento industrial com o nelore. O cruzamento de um taurino adaptado com um zebuíno resulta em um animal meio-sangue, que tem o melhor das duas raças: a rusticidade e a adaptação do zebuíno e a qualidade de carcaça e a precocidade do taurino.

O caracu, juntamente com o senepol, é uma das raças mais indicadas para a pecuária extensiva no trópico. A sua capacidade de se adaptar ao calor, de ter um bom desempenho reprodutivo e de produzir um bezerro de qualidade o torna uma ferramenta valiosa para o pecuarista que busca alta lucratividade na pecuária, com um manejo simples e eficiente.

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