Uma ala de parlamentares da esquerda no Congresso Nacional está considerando apoiar uma versão mais moderada do projeto de lei da anistia para os envolvidos nos atos de 8 de janeiro. A proposta denominada “anistia light” busca uma solução intermediária que exclui do perdão os organizadores e os financiadores dos atos antidemocráticos. A apuração é do analista de Política da CNN Pedro Venceslau para o Bastidores CNN.
Embora o PT mantenha posição contrária a qualquer tipo de anistia, setores mais moderados, incluindo representantes do PSB, PDT e PC do B, começam a defender a possibilidade de um acordo. A estratégia visa esvaziar o discurso de grupos que defendem uma anistia mais abrangente.
Os defensores da “anistia light” argumentam que a proposta poderia expor que o verdadeiro objetivo dos grupos que pedem perdão amplo não é beneficiar manifestantes, como Débora do Batom, que se tornou símbolo após escrever “perdeu, mané” em estátua do STF, mas proteger lideranças e organizadores dos atos.
A construção de um possível acordo passaria pelo aval do Supremo Tribunal Federal e envolveria a manutenção das punições para os considerados organizadores e financiadores dos atos antidemocráticos. A proposta manteria as penas e a inelegibilidade para os principais articuladores, focando apenas em participantes com menor envolvimento.
O governo trabalha com duas estratégias principais para lidar com a situação: tentar derrotar o projeto no voto, convencendo partidos de centro-direita a votarem contra, ou buscar esvaziar a votação para que a urgência não alcance os 257 votos necessários.