O contrato futuro de ouro fechou em queda, mesmo sob expectativa de corte de juros pelo Federal Reserve (Fed) nesta semana e em meio à cautela dos investidores antes do discurso do presidente do Fed, Jerome Powell. Dados recentes dos EUA e um indicador de inflação em linha com projeções reforçaram o tom moderado na renda fixa, limitando oscilações.
Na Comex, divisão de metais da bolsa de Nova York (Nymex), o ouro para fevereiro encerrou em queda de 0,60%, a US$ 4.217,70 por onça-troy. Já a prata para março recuou 1,10%, a US$ 58,405 por onça-troy.
As incertezas sobre o rumo da política monetária continuam a ancorar o ouro. Segundo Ipek Ozkardeskaya, do Swissquote, o mercado ainda diverge sobre o que pode vir após o corte esperado, citando temores de que pressões inflacionárias ligadas a tarifas possam limitar a trajetória mais branda do Fed. O World Gold Council afirma que a performance do metal em 2026 deve ser moldada por um ambiente de “geoeconomia imprevisível”, no qual choques se tornam mais frequentes, reforçando a busca por proteção.
O Bank of America (BofA) mantém uma visão altista para o ouro no médio prazo e vê espaço para que o metal avance até US$ 5.000 por onça-troy, citando fundamentos de apoio em um cenário macro ainda incerto e políticas econômicas pouco convencionais nos EUA. O banco destaca que o ouro segue beneficiado por fluxos de investidores e por seu papel como diversificador, embora aponte riscos de curto prazo caso o Fed adote um tom mais duro do que o precificado.
Para a prata, o BofA avalia que o mercado voltou ao equilíbrio graças à disciplina de produção e à demanda crescente para aplicações industriais, especialmente em painéis solares. Apesar disso, relatório nota que mudanças tecnológicas devem reduzir o uso do metal em cerca de 11% em 2026, tornando o cenário positivo menos evidente que o do ouro. Ainda assim, o banco projeta déficit no mercado de prata em 2026, com recuperação de preços apoiada por investidores e por importações da China.

