Lula e Donald Trump devem se encontrar no domingo (26) à tarde (horário da Malásia) durante a cúpula da Asean (Associação de Nações do Sudeste Asiático), em Kuala Lumpur. O encontro bilateral é aguardado com expectativas moderadas pelo lado brasileiro.
Em entrevista na Indonésia, Lula afirmou estar disposto a discutir uma ampla agenda com os Estados Unidos, incluindo temas como a situação em Gaza, o conflito na Ucrânia, questões relacionadas à Venezuela e materiais críticos como minerais e terras raras.
Estratégia de negociação
Segundo o analista de internacional Américo Martins, apesar do otimismo demonstrado quanto à possibilidade de um acordo com os Estados Unidos, Lula adotou uma postura realista, reconhecendo que as negociações devem se estender além do encontro de domingo. A prioridade inicial é remover entraves políticos que deram origem às tarifas impostas ao Brasil.
Durante sua passagem pela Indonésia, Lula manteve um discurso firme em defesa do multilateralismo e criticou o uso de tarifas e sanções como instrumentos de pressão diplomática. Além disso, reforçou seu apoio ao uso de moedas locais para transações comerciais entre países do Brics.
A postura adotada por Lula possui duplo objetivo: sinalizar à sua base política a manutenção de seus princípios e estabelecer uma posição de força nas negociações com Trump. A estratégia parte do entendimento de que negociações bem-sucedidas com os Estados Unidos requerem uma demonstração clara de convicção nas posições defendidas.
