A ministra do Meio Ambiente Marina Silva criticou nesta terça-feira (14) a implementação das soluções para combater a crise climática. Segundo Marina, a forma como as metas têm sido executadas é “fragmentada” e “insuficiente”.
“Houve progresso em compromissos e planejamento, mas a implementação segue fragmentada e insuficiente. Faltam meios para transformar planos de adaptação em resultados concretos para as pessoas, regiões e territórios”, afirmou a ministra durante a abertura da sessão ministerial sobre clima e desenvolvimento na Pré-COP, reunião preparatória para a COP30 (30ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas).
De acordo com Marina, durante a elaboração do Balanço Ético Global, ficou “evidente” que o problema envolvendo as mudanças climáticas não é a falta de soluções, mas uma suposta distância entre o conhecimento disponível e a “vontade política” de implementá-las.
A ministra acrescentou que, por esse motivo, o enfrentamento da emergência climática deve ser visto como um problema de “natureza ética”.
Disse ainda que, no encontro do Balanço Ético Global, ficou claro que países em desenvolvimento e de baixa renda são os mais afetados pelas mudanças do clima – mesmo eles não sendo a principal causa do problema, já que os maiores emissores de gases de efeito estufa foram os países desenvolvidos em seus respectivos processos de industrialização.
Por conta do diagnóstico feito no encontro para produzir uma perspectiva ética nas negociações da COP30, Marina classificou como “urgente” a reformulação do sistema global de financiamento climático para que os planos dos países mais vulneráveis avancem nas discussões. Para isso, ela sugeriu a simplificação do acesso aos recursos e um ordenamento justo dos financiamentos público e privado para priorizar os investimentos voltados às populações sob maior risco.