Brasileiro pode ter batido recorde de maior onda surfada, diz estudo

Um novo estudo apontou que o brasileiro Vini dos Santos, especialista em ondas gigantes, pode ter batido o recorde de maior onda já surfada.

A manobra aconteceu em Nazaré, Portugal, no dia 25 de fevereiro de 2022, e o trabalho de medição foi liderado pelo oceanógrafo doutor Douglas Nemes, que estima que a onda de Vini pode ter ultrapassado os 100 pés, cerca de 30,5 metros.

Nemes é o mesmo cientista que validou a onda de Lucas Chumbo na Laje da Jaguaruna como a maior já surfada no Brasil.

Seu novo estudo foi apresentado no International Workshop on Waves, Storm Surges & Coastal Hazards, na Universidade de Cantábria, na Espanha, e foi avaliado por um painel de cientistas.

O atual recorde mundial oficial, reconhecido pelo Guinness, é de 26,21 metros (86 pés), estabelecido pelo surfista alemão Sebastian Steudtner, também em Nazaré, em outubro de 2020.

Estudo foi aceito para publicação

“O estudo foi submetido ao International Workshop on Waves, um evento importante para a comunidade científica, onde especialistas do mundo todo discutem fenômenos, processos de medição, instrumentação e modelagem física e matemática das ondas”, explicou Nemes ao site Surfer Today.

A aceitação do estudo para publicação representa um reconhecimento significativo do desenvolvimento da técnica dentro da academia, com grande relevância para a comunidade científica e para Vini dos Santos, que potencialmente surfou uma das maiores ondas do planeta.


Douglas Nemes, ao Surfer Today

 

Vini dos Santos, de 35 anos, é amigo de Nemes e conta que uma foto tirada na época da onda chamou a atenção do oceanógrafo.

O método de medição de Douglas Nemes

Douglas Nemes explicou como a equipe mede as ondas grandes, em uma metodologia em desenvolvimento há 20 anos.

“(O método funciona) Utilizando instrumentação oceanográfica, como equipamentos posicionados na área de impacto das ondas, além de medições com técnicas topográficas, incluindo o uso de GPS fixado nos surfistas.”

Para elaborar o método completo, mais de 5 mil ondas foram analisadas, até chegar à versão final que atualmente é usada para avaliar a altura da onda.

O método envolve vários cálculos e análises e sua evolução foi publicada em artigos acadêmicos, segundo Nemes.

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“A técnica consiste, inicialmente, em analisar a postura do atleta em diferentes fases: sua altura normal, sua posição ereta e a posição que ele ocupa na onda.

“A partir de uma referência obtida por fotografias dos atletas com uma escala métrica posicionada atrás deles, é possível determinar a altura do surfista em relação à onda.”

“Depois, utilizo técnicas de trigonometria, transformando o atleta em um modelo matemático, uma escala espacial referenciada. Essa escala é inserida nas imagens para realizar as medições.”

Guinness vai reconhecer estudo?

No caso de Vini dos Santos, agora toda a responsabilidade está nas mãos dos avaliadores finais.

A World Surf League (WSL), que desenvolveu um método científico para medir ondas grandes, passou a responsabilidade para o Guinness World Records.

Existem diversos métodos para medir ondas gigantes no surfe.

O atual recordista mundial do Guinness, junto com seu patrocinador, a Porsche, criou um drone especial que determina a altura das ondas de forma rápida e mais precisa.

Além disso, há um debate acalorado sobre os surfistas precisarem ou não completar a descida até o fundão da onda para que a manobra seja considerada completa.

Graças à complexidade das variáveis envolvidas nos cálculos das ondas, sempre existe um certo grau de subjetividade e margem de erro nas medições, segundo o site especializado.

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