Putin elogia relações com a China em meio a novo acordo de gás

O presidente russo, Vladimir Putin, elogiou o relacionamento com Pequim em um “nível sem precedentes” nesta terça-feira (2), quando os dois países teriam assinado um acordo há muito tempo paralisado para construir um novo gasoduto para enviar gás natural para a China via Mongólia.

Após uma reunião entre Putin, o líder chinês Xi Jinping e o presidente mongol, Ukhnaagiin Khurelsukh, em Pequim nesta terça-feira, a estatal russa de energia Gazprom anunciou a assinatura de um acordo juridicamente vinculativo para a construção do gasoduto “Power of Siberia-2”.

O gasoduto, que fornecerá 50 bilhões de metros cúbicos de gás anualmente do oeste da Rússia para o norte da China, é um projeto que Moscou há muito busca tirar do papel. Analistas já haviam dito que ele poderia compensar quase metade das exportações de gás para a Europa que a Rússia perdeu desde o início da guerra na Ucrânia.

O acordo inclui um contrato de fornecimento de 30 anos e o preço do fornecimento será menor do que o cobrado na Europa, disse o CEO da Gazprom, Aleksey Miller, segundo a agência de notícias russa TASS.

Após a reunião dos líderes das três nações, Putin e Xi se reuniram para suas primeiras conversas formais desde que o líder russo chegou à China no domingo (31).

O encontro no Grande Salão do Povo, em Pequim, foi a mais recente demonstração de solidariedade entre os dois líderes, enquanto Putin ignora a pressão ocidental para encerrar a guerra contra a Ucrânia e Xi apresenta seu país como um novo líder da governança mundial, em um momento em que a política externa do presidente dos EUA, Donald Trump, movimenta o mundo.

Relembrando os laços soviéticos com a China durante a Segunda Guerra Mundial, Putin saudou “a memória da irmandade de armas, a confiança, o apoio mútuo e a firmeza na defesa de interesses comuns” como a base do alinhamento estratégico de seus países “na nova era”.

“Sempre estivemos juntos naquela época e continuamos juntos agora”, disse Putin a Xi no início do encontro bilateral.

As relações China-Rússia “resistiram ao teste das mudanças nas circunstâncias internacionais”, disse Xi, chamando Putin de “velho amigo”.

“A China está disposta a trabalhar em conjunto com a Rússia para apoiar o desenvolvimento e a revitalização mútua, defender firmemente a equidade e a justiça internacionais e construir um sistema de governança global justo e razoável”, disse Xi.

A estreita relação entre Xi e Putin ficou evidente durante uma cúpula de segurança de dois dias na cidade portuária chinesa de Tianjin, concluída na segunda-feira (1°).

Durante um jantar-banquete na noite de domingo, Xi cumprimentou Putin calorosamente e foi visto gesticulando expressivamente em uma conversa com o líder russo.

Putin disse anteriormente que discutiu suas recentes negociações no Alasca com Trump com Xi durante as atividades da cúpula no domingo. Putin se encontrou com Trump no mês passado no Alasca, enquanto os EUA pressionam a Rússia a encerrar a guerra na Ucrânia.

A visita do presidente russo à China também deve colocá-lo lado a lado com o líder da Coreia do Norte, Kim Jong-un. Ambos lideram uma lista de convidados estrangeiros que se juntarão a Xi em um grande desfile militar na capital chinesa na quarta-feira (3).

A visita é a mais longa de um líder russo a um único país desde a invasão em grande escala da Ucrânia pela Rússia em 2022, de acordo com um registro do Kremlin de suas visitas ao exterior.

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