O ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), negou nesta quinta-feira (18) pedido do ex-comandante da Marinha Almir Garnier para receber visitas periódicas de um barbeiro na Estação Rádio da Marinha, em Brasília, onde cumpre pena pela condenação no julgamento da trama golpista.
No último dia 12, a Marinha enviou um ofício a Moraes solicitando a presença de um suboficial barbeiro para cortar o corte de Garnier, “visando manter a higiene e asseio pessoal”.
Em despacho, Moraes negou o pedido, e justificou dizendo que “o custodiado deverá se submeter ao regramento geral da Marinha para todos os presos”.
Ainda no documento, o ministro pediu para que a decisão seja enviada à Procuradoria-Geral da República (PGR) e ao Comando de Operações Navais.
Condenação
O almirante foi condenado a 24 anos de prisão, em regime inicial fechado.
Além da prisão, Garnier também foi condenado a 100 dias-multa no valor de um salário mínimo o dia.
Segundo o STF, ele foi o único comandante das Forças Armadas a aderir explicitamente ao plano golpista de Jair Bolsonaro (PL).
Provas reunidas na fase de instrução penal mostram que Garnier teria colocado tropas da Marinha à disposição do então presidente.
Pesou para a condenação também o desfile inédito de tanques da Marinha na Praça dos Três Poderes, em agosto de 2021, realizado no mesmo dia da votação da PEC do voto impresso no Congresso Nacional. O STF considerou que a ação teria sido planejada nos bastidores do governo para intimidar o Parlamento e incentivar as ondas de ataque às urnas eletrônicas.

