Governistas criticam dosimetria; oposição diz que texto corrige injustiças

Parlamentares da base governista e de oposição repercutiram a aprovação do PL da Dosimetria no Senado, durante sessão na noite desta quarta-feira (17).

Por 48 votos a 25, os senadores aprovaram o projeto, que reduz penas de condenados pelo 8 de janeiro e da trama golpista julgada pelo STF (Supremo Tribunal Federal), entres eles o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). O projeto segue agora para a sanção presidencial.

Na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça), o relator acatou emenda do senador Sergio Moro (União-PR) para restringir a redução da pena em regime fechado em relação aos crimes contra o Estado Democrático de Direito.

Logo após a aprovação, o líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias (RJ) classificou a aprovação como uma “vergonha”.

Ainda segundo o líder, ele e o deputado federal Pedro Campos (PSB-PE) entrarão com um mandado de segurança no STF (Supremo Tribunal Federal) para recorrer da decisão.

Veja:

 

Já o líder do governo Lula no Congresso, senador Randolfe Rodrigues (PT-AP) afirmou nas redes sociais que “enquanto a oposição insiste em defender a anistia de quem atentou contra a democracia, o governo do presidente Lula seguirá trabalhando para garantir comida na mesa dos brasileiros, gerar emprego e fortalecer a saúde, a educação e a segurança”

 

Jacques Wagner (PT-BA)

Oposição

Além do governo, entre a oposição, os senadores favoráveis à proposta comemoram o resultado. Entre o eles Sérgio Moro (União-PR), Tereza Cristina (PP-MS) e Flávio Bolsonaro (PL-RJ).

Segundo Moro, ao aprovar a Dosimetria “o Congresso corrige um erro do STF”, em relação ao que chamou de “penas excessivas”.

 

Nas redes sociais, a ex-ministra do Governo Bolsonaro, Tereza Cristina afirmou que repara “graves injustiças”.

“O relatório do Senador Amin representa o consenso possível neste momento: punir crimes cometidos, mas com a necessária proporcionalidade”, escreveu.

Já o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) agradeceu os pares pela aprovação, além de dizer que “não era nem para a gente estar discutindo dosimetria e nem anistia, era para estar discutindo a anulação dessa farsa que foi esse processo todo lá na primeira turma do Supremo Tribunal Federal, onde o Bolsonaro e centenas de outras pessoas foram condenadas pelos seus inimigo”, em referência a condenação de seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), a 27 anos e 3 meses de prisão, no processo da trama golpista.

 

Cálculo de pena

A proposta trata da redução do cálculo das penas e, para isso, o texto lista condições e fixa porcentagens mínimas para o cumprimento da pena e progressão de regime. Também determina que a remição da pena pode ser compatível com a prisão domiciliar.

O projeto altera a Lei de Execução Penal, estabelecendo novas condições e percentuais mínimos para progressão de regime. Pela regra em vigor, a transferência para um regime menos rigoroso ocorre após o cumprimento de 16% da pena, desde que o crime não tenha sido cometido com violência ou grave ameaça.

A proposta prevê a possibilidade de progressão após o cumprimento de um sexto da pena, com percentuais maiores aplicados a crimes hediondos, feminicídios, constituição de milícia e reincidência.

Em relação ao ex-presidente Jair Bolsonaro, se a pessoa for condenada por “exercer o comando, individual ou coletivo, de organização criminosa estruturada para a prática de crime hediondo ou equiparado, deverá ser cumprido ao menos 50%” da pena.

Esse seria o caso de Bolsonaro, condenado a 27 anos e 3 meses de prisão pelo STF (Supremo Tribunal Federal). Isso porque, para a definição da pena, foi considerado o agravante de liderança de organização criminosa.

A base governista orientou contrária ao projeto. Na CCJ, o líder do governo no Senado, senador Jaques Wagner (PT-BA), afirmou ter buscado um “acordo de procedimento”, e não de mérito, com a oposição para o texto ir ao voto nesta quarta e não ser adiado para o próximo ano. Ele afirmou que iniciativa foi sua e não contou com o aval do Planalto.

 

Leia mais

Variedades
Vídeo: PM bate com cano de arma no peitoral de mulher e é afastado do cargo
Sorocaba
Prefeitura de Sorocaba inicia recape de vias no Jd. Simus, Vila São Caetano e Vila Rádio Club
Política
Lula confirma que vai vetar PL da Dosimetria
Economia
Empresa de Trump entra no ramo de fusão nuclear
Sorocaba
Parque Tecnológico de Sorocaba oferecerá curso de impressão 3D a partir de 2026
Política
Moraes dá mais prazo para Heleno entregar perícia médica sobre Alzheimer

Mais lidas hoje